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Quinta-feira,
7/1/2016
A Mortandela (Homenagem a Chico Buarque)
Felipe Pait
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Estava à toa na vida
O vereador me chamou
Pro sanduba de mortandela
Por conta do trabalhador
A minha gente sofrida
Despediu o pensador
Pra ver a quadrilha passar
Na festa do senador
O banco sério que contava dinheiro esbanjou
O jornalista que contava anedota surtou
A namorada que trajava de estrelas
Parou para ver, ouvir, levar vantagem
A moça alegre que fazia teatro aderiu
A rosa vermelha que queria socialismo transigiu
E a juventude se mobilizou
Pra ver a quadrilha assaltar
Pra farra do senador
Estava à toa na vida
O vereador me chamou
Pro sanduba de mortandela
Por conta do trabalhador
A minha gente iludida
Despediu o pensador
Ajudou a quadrilha a roubar
Pra farra do senador
O comunista que doutrinava o hospício pensou
Que era moço pra falar no comício discursou
A tia pobre debruçou na janela
Pensando que a grana ia encher sua panela
Da copa triste um estádio vazio surgiu
A represa cheia que prendia a lama partiu
Minha cidade toda engarrafou
Pra ver quadrilha passar roubando o trabalhador
Mas para meu desencanto
O que é barato acabou
O preço todo subiu
Depois que a quadrilha assaltou
O desempregado que sacava o figuitis chorou
O funcionário com salário contado dançou
A estudante que buscava trabalho desistiu
A costureira que montou seu negócio faliu
E cada qual no seu canto
Em cada bolso uma dor
Depois do bando governar
Roubando com despudor
Depois do bando governar
Roubando com despudor
Postado por Felipe Pait
Em
7/1/2016 às 14h09
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